quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Parte 2

Ao abrir a maleta, mais um susto. Eram muitas as notas de cem dólares, e pelo que pude perceber até jóias haviam se misturado naquele dinheiro todo.

- Eu preciso que você leve parte do conteúdo dessa maleta para Manaus, no próximo final de semana, disse Álvaro.

Eu não tive outra reação a não ser outro sorriso, que imagino ter sido ainda mais amarelo que o primeiro.

Ele começou a me contar a história.
- Fiz muitas dívidas de jogo, que acabaram me levando a dívidas com drogas, prostituição e várias outras coisas. Esse pessoal do Amazonas, que de certa forma me bancou na época, agora quer receber de qualquer forma essa grana.

Pediu para que eu colocasse mais um pouco do vinho que vínhamos bebendo desde o começo da conversa, e também um copo com água.

E continuou.
- Vendi tudo que tinha. Não sobrou casa, carro, até parte da fazenda tive de vender, sem contar essas jóias que você pode ver aqui, que são relíquias da família e eu tive de usar antes do momento esperado.

Contou ainda que não imaginava que teria de pagar tudo isso de uma só vez, que poderia continuar da forma como vinha fazendo, com suas rendas mensais. Mas como o grupo manauara passava por dificuldades financeiras, envolvimento com garimpeiros, traficantes de drogas vindas da Colômbia, e passagens pela polícia, a cobrança foi inevitável.

Até então não tinha me dito qual meu papel dentro daquele esquema todo. Quando então cheguei a pensar que ainda faltava algum dinheiro e era para eu completar com algum montante. Mas e a mala grande? Até agora não entendia o motivo de sua presença.

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