segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Parte 3

A história ainda não tinha acabado, quando mencionou que não poderia pisar na Amazônia, pois poderia sofrer represálias por parte do grupo e até mesmo ser envolvido criminalmente nas armações.

Garantiu-me que não tinha envolvimento com o tráfico, que somente consumiu as drogas enquanto teve contato com o grupo, mas que após, não teria voltado a usá-las.

Ele sorriu e disse que eu poderia ficar tranqüilo, que jamais colocaria minha vida em risco. Tudo era muito bem planejado.

Foi quando então começou a me mostrar como eu entraria no contexto, e como poderia de fato ajudá-lo a sair daquela situação.

Eu deveria ir até Manaus e entregar o conteúdo da maleta para uma pessoa determinada, previamente avisada, e que eu seria envolvido o mínimo possível em toda a transação.

Eu quis saber o porquê da minha escolha. Ele disse que eu tinha uma cara de bom moço, e que ninguém desconfiaria de um turista inocente passando um final de semana na Amazônia.

Segundo o plano elaborado por ele eu iria embarcar em uma companhia aérea regular, na sexta-feira à noite, e permaneceria em Manaus até o domingo à tarde.

A mala que até então não tinha sido mencionada foi aberta. Estava cheia de roupas, um boné, óculos escuros, e uma sacola preta, sem marca alguma, aparentemente com uma caixa dentro.

Álvaro disse-me que aquelas seriam as roupas que eu usaria durante o final de semana, para que eu não me expusesse, assim com o boné, os óculos e todos os demais acessórios, que colaborariam para a minha segurança, já que em momento algum vestiria qualquer objeto pessoal.

A hospedagem era em um hotel luxuoso de um bairro nobre da cidade que ele já havia reservado em meu nome. Faria passeios típicos do local, comeria em restaurantes de nativos e todo um circuito normal de turistas. A diferença viria no momento de me despedir da capital amazonense, quando então entregaria a sacola preta com a caixa dentro.

Dentro da maleta com o dinheiro e as jóias havia um envelope amarelo, que apresentava certo volume. Álvaro me entregou e disse que era para as despesas com a viagem, o hotel e tudo que ele havia programado para meu final de semana. O que sobrasse era minha recompensa.

Abri o envelope e eram quatro pacotes de notas. Vinte mil reais.

Além do dinheiro o mais envolvente foi a possibilidade de viver uma aventura, sair da rotina, conhecer um novo lugar. Tudo era muito tentador. Eu aceitei.

No dia seguinte fui ao aeroporto e comprei as passagens como combinado. Mas a semana parecia não passar. Era terça-feira e a missão começaria na sexta.

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